Eu nunca gostei dele.

Eu tive que pesquisar pra ter certeza de como escrever: sutiã. Pois bem, nunca gostei dele. Nunca fui de comprar vários estilos ou modelos ( push up, de rendinha, coloridos, de florzinha, meia taça, bojo… )..não.

Sempre foi assim (pra sutiã) o que eu preciso: um branco, um preto e um bege.. pois então foi o que sempre tive. Minha irmã nunca entendeu o porque desse meu desinteresse, aliás nem eu nunca entendi o porque, logo eu que sempre adorei fazer umas comprinhas e porque ela, diferentemente de mim, sempre teve to-das as opções listadas acima e muito mais. 

Ao chegar em casa antes de qualquer outra ação ( lavar a mão, fazer xixi ou tirar o sapato) eu sempre tirava o bendito. Até que nesses dias de confinamento eu não sai de casa e então comecei a passar dias nos quais acordo, faço as tarefas de casa, estudo ( oi 5000 cursos online), trabalho sem precisar colocar o bendito sutiã. E me deparei com essa sensação de extremo.. conforto (?) e percebi que nunca me senti tão, tão …livre. 

Eu não entendia quem não usava sutiã por opção, mas respeitava. Pensava” mas porque será que tá sem sutiã, gente, mas tudo bem é um posicionamento, é uma opção”. Veja bem. Eu repito: eu não entendia mesmo sabendo que era algo desconfortável e que tirá-lo era a primeira coisa que fazia quando chegava em casa. Agora eu me pergunto: Porque demorei tanto tempo pra parar de usar? Sério mesmo que teve que vir o corona, o confinamento… pra eu perceber algo que eu não suporto e (alôw !) eu tenho a opção de simplesmente: não usar.

É óbvio que isso não significa que nunca mais vou usar sutiã na vida e muito menos que sou contra quem usa mas eu realmente percebi que eu usava por absoluto hábito com qualquer roupa em qualquer situação por sempre ter feito assim. E ai fica a pergunta: Quantas coisas mais eu devo estar fazendo nesses 34 anos e que não percebi que eu nunca gostei e que, essa é a parte mais assustadora, eu tenho a opção de não fazer. Quantas?